quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dia Nacional dos Castelos

Todos os dias são dias nacionais ou internacionais de alguma coisa. Hoje temos o dia nacional dos castelos.
Em Portugal os castelos parecem gerar nos turistas um misto de emoções derivadas de "o querer visitar um castelo" vs "o estar no local e o mesmo não corresponder às expectativas".
Passo a explicar: muita gente mostra-se desiludida depois de ir a um castelo porque "é só um monte de pedras" ou porque "não havia nada para ver".
Um castelo é, regra geral no nosso país, uma fortaleza, uma estrutura de carácter defensivo composta por muralhas (em grande parte dos casos não passa mesmo das muralhas), algumas torres, podem ter cisternas e silos para armazenamento de água e comida, porta da traição e em alguns casos (raros) alguns aposentos.
Pois é, a função dos castelos foi mudando ao longo da história e se inicialmente eram utilizados como residência de reis e/ou nobres, mais tarde passaram a ser estruturas meramente defensivas onde a população se refugiava em caso de ataque, daí que a localização tendesse a ser em locais altos, escarpados, de preferência em cima de rochas de forma a dificultar o acesso ao inimigo a partir do momento em que era fechada a porta.
Em Portugal não temos muitos casos de existência de fosso e ponte levadiça relativamente a castelos: tal acontece mais noutras estruturas como fortalezas existentes por exemplo em zonas fronteiriças: Valença e Elvas são disso excelente exemplo com as fortalezas em forma de estrela.

Por outro lado temos ainda diversas localidades construídas desde logo dentro de muralhas, como Óbidos ou Monsaraz, por exemplo. Uma das portas de entrada de Óbidos é um bom exemplo das tácticas defensivas utilizadas na época: porta dupla, mas com entrada numa espécie de L: uma vez passada a primeira porta o que há em frente é uma nova parede, a segunda porta não se encontra imediatamente na mesma direcção, mas sim mais à direita, criando um espaço onde os atacantes ficavam de certa forma encurralados e sujeitos a uma das formas de defesa mais populares entre o povo: naquela espécie de "beco" o povo despejava recipientes com água ou mesmo azeite a ferver, numa última tentativa de dissuadir os invasores de deitar abaixo a última porta.

Exemplos de castelos que mais me marcam em Portugal: o Castelo de Almourol, por estar localizado numa pequena ilha no rio Tejo; o Castelo dos Mouros, em Sintra, pela cisterna e silos (para além da vista fantástica) e o Castelo de Marvão, onde os muros da fortaleza se confundem com a pedra que compõe a serra.