Por isso mesmo chegou altura de parar para pensar que só quero por perto quem me traz inspiração, sorrisos, etc. Hoje é um bom dia de recomeços.
10 de Junho, dia de Portugal, Camões e das comunidades. Hoje esperava ver algo relacionado com o orgulho português nas capas de jornais: faz-nos bem e precisamos. Ao chegar ao trabalho, e dando uma vista de olhos pelas capas de jornais, fui surpreendida pelo tema: todos eles destacam o nosso ex 1º ministro, na prisão há meses!
Bolas, será que os jornalistas querem enterrar de uma vez por todas o orgulho de ser português? Hoje é feriado! 90% das crianças não faz ideia porquê e começo a acreditar que mais de 50% dos adultos também não. Hoje não se trabalha (a maioria das pessoas, não todas!) e está um dia bom para a praia. Só isso importa.
Sinto-me velha. Orgulhosamente sempre fui educada a saber o significado das datas.
Enfim... Portugal é cada vez mais um destino de eleição para muitos turistas (e desengane-se quem pensa que vêm só procurar o sol e a praia), tem marcas de produtos procuradas por estrangeiros e comummente desconhecidas dos portugueses, os nossos vinhos e azeites recebem frequentemente prémios internacionais, os nossos sabonetes são de excelente qualidade, tal como as conservas e o calçado.
Dava para escrever um livro! E a verdade é que temos muitos motivos para nos sentirmos orgulhosamente portugueses. E é por causa desse orgulho que me recuso a escrever esse "novo português" que nos querem impor.
Não posso deixar de dar relevo ao poeta que morreu a 10 de Junho de 1580 e cuja obra está traduzida em muitas línguas: Luís Vaz de Camões.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
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