terça-feira, 27 de outubro de 2009

Novamente Mafra: a maior biblioteca do país!

No domingo ao final da tarde regressava eu de um dia de trabalho a não repetir, com passagem pelas urgências de Mafra e um rol interminável de medicamentos, quando ligaram à minha mãe a avisar que no programa da RTP 2 estavam a falar de Mafra. Esgotada, sentei-me no sofá e assisti aos últimos minutos do programa do Professor José Hermano Saraiva. Falava sobre a biblioteca e ao ver aquelas imagens da belíssima biblioteca do Convento de Mafra, fiquei extasiada. Riam-se à vontade, mas dei por mim a pensar o quanto a biblioteca ficava bem na televisão!
É verdade. A biblioteca é a maior do país em dimensão (a da Universidade de Coimbra tem mais volumes mas estão distribuídos por várias salas), tem uma beleza muito particular pois o não revestimento a ouro acabou por ser uma mais valia e tem alguns livros que não existem noutro local do nosso país. O Professor teve o privilégio de desfolhar um desses livros chamados "incunábulos" (livro impresso nos primeiros tempos da imprensa), de grande valor.
Também eu já tive o privilégio de desfolhar um ou outro livro daquela biblioteca: é uma sensação fascinante!
A dimensão do monumento é apenas uma demonstração da extravagância do rei D. João V, mas representa muitos anos de trabalho e o esforço de milhares de anónimos para pôr de pé a obra que o monarca idealizava apenas no papel. E como é bem grande este convento/palácio, muito há sempre a dizer sobre ele, e mais uma vez não resisti à tentação de me referir a ele. Eu sei que sou suspeita, mas acreditem que vale mesmo a pena ir até lá, nem que se tenha "apenas" como pretexto a biblioteca.

Ah! E se a família é grande e o dinheiro não é muito, isso não serve de desculpa. Aos Domingos e Feriados até às 14h a entrada é gratuita!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Seguindo as pisadas do Rei- Artista

Estou de férias em casa, logo aproveito para deixar sugestões. Hoje vamos conhecer um pouco melhor o rei D. Fernando II. Quem foi? Por onde andou? Que obra nos deixou?
D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha casou com a rainha D. Maria II. Era alemão e foi rei-consorte até à morte da rainha, que pereceu ao dar à luz o 11º filho de ambos.
Conhecido como Rei-artista, dedicou-se não só à recuperação de monumentos como o Mosteiro da Batalha ou o Palácio de Mafra, mas também patrocinou diversos artistas da época. O próprio rei era, além de um apaixonado pelas artes, um bom pintor.
A sua obra mais conhecida é, sem sombra de dúvida, o Palácio da Pena, o edifício romântico por excelência e cuja localização não poderia ser melhor.
Após 16 anos de viuvez, D. Fernando voltou a casar, desta vez com uma cantora de ópera de origem suíça. A polémica instalou-se, mas tal como até aí, o rei soube viver na discrição que caracterizava a sua pessoa.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

5 de Outubro de 1910

A República
Há 99 anos imagino que pelas ruas deste país os sentimentos seriam contraditórios. Sua Majestade El-rei D. Manuel II passava a noite no Palácio de Mafra, pois sabia que o Partido Republicano preparava alguma coisa contra a sua pessoa. Sua mãe, a Rainha D. Amélia, permanecia em Sintra, no Palácio da Pena.
Via telégrafo chega a Mafra a notícia da Proclamação da República. O rei de imediato se põe em fuga para a Ericeira e embarca juntamente com a mãe, a avó e o seu tio D. Afonso na Praia dos Pescadores. O Iate Amélia levou então a Família Real para longe do alcance de quem os queria mortos.
99 anos depois comemora-se, não o fim da monarquia, mas a proclamação da República. A República que trouxe consigo os símbolos nacionais ainda hoje utilizados e cujo significado é desconhecido de muitos portugueses: a bandeira e o Hino Nacional

Manhã de Outono

Segunda-feira, feriado nacional e uma manhã de Outono. Despertei por volta das 8 horas e deparei-me com uma ventosa manhã de Outono. Será que vai chover? Coincidência ou não pouco depois ouvi o "amola-tesouras", apesar da profissão estar em extinção ainda por aqui passam alguns. "Prenúncio de mau tempo", diz-se sempre por aqui, e dei por mim a falar sozinha ("lá virá chuva!!"). Desde pequena que gosto de ouvir o amola-tesouras, mas esta é mais uma tradição que se vai perdendo.

Não consegui ver o senhor, apenas registar a vista de Outono tendo como som de fundo no final o habitual som do "Amola-tesouras"!